cuidado com o SIDA (3)
Foram polémicas as declarações da semana passada do arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, à BBC, segundo o qual dois países europeus infectam deliberadamente preservativos com HIV, com o objectivo de exterminar as populações africanas. Trata-se de um comentário da responsabilidade do Clero, e portanto do Vaticano (pergunto-me se, afinal, a Terra move-se), que provocou indignação na Europa, e que gerou em Moçambique, um interessante debate, enquadrável naquilo que é hoje definido por discursos pós-coloniais.
Após a independência dos países africanos produziram-se, tanto em África como em anteriores potências colonizadoras, novas interpretações da história e da sociedade, que procuram subverter um paradigma europocêntrico e colonial. Em África, as novas análises passaram a destacar os conflitos sociais entre os anteriores colonizadores e colonizados, bem como os aspectos políticos e económicos da acção colonial, e respectivas repercussões nas actuais condições de vida dos africanos. O pressuposto destas análises é que a exploração dos recursos das colónias constituiu o resultado de relações sociais assimétricas, que importa denunciar. As novas abordagens assumiram um carácter nacionalista, de cariz marcadamente anti-colonial, classicista e militante.
A partir da década de 90 desmantelou-se o apartheid e o bloco soviético, que tiveram a sua influência por toda a África Austral, e multiplicaram-se, na região, ensaios de regimes políticos democráticos e liberais. A redução do papel do Estado na economia, o aumento do investimento estrangeiro, a persistência ou o agravamento de fenómenos como a corrupção, as assimetrias ou a exclusão social tendem a subverter os projectos políticos e sociais, idealizados aquando das independências. Neste cenário surgem novas e variadas perspectivas (pós-coloniais) que vêm problematizar narrativas (anteriores), de cariz marxista, populista ou anti-colonial, assim como a própria formação do poder e das classes sociais.
Após a independência dos países africanos produziram-se, tanto em África como em anteriores potências colonizadoras, novas interpretações da história e da sociedade, que procuram subverter um paradigma europocêntrico e colonial. Em África, as novas análises passaram a destacar os conflitos sociais entre os anteriores colonizadores e colonizados, bem como os aspectos políticos e económicos da acção colonial, e respectivas repercussões nas actuais condições de vida dos africanos. O pressuposto destas análises é que a exploração dos recursos das colónias constituiu o resultado de relações sociais assimétricas, que importa denunciar. As novas abordagens assumiram um carácter nacionalista, de cariz marcadamente anti-colonial, classicista e militante.
A partir da década de 90 desmantelou-se o apartheid e o bloco soviético, que tiveram a sua influência por toda a África Austral, e multiplicaram-se, na região, ensaios de regimes políticos democráticos e liberais. A redução do papel do Estado na economia, o aumento do investimento estrangeiro, a persistência ou o agravamento de fenómenos como a corrupção, as assimetrias ou a exclusão social tendem a subverter os projectos políticos e sociais, idealizados aquando das independências. Neste cenário surgem novas e variadas perspectivas (pós-coloniais) que vêm problematizar narrativas (anteriores), de cariz marxista, populista ou anti-colonial, assim como a própria formação do poder e das classes sociais.
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